Fala galera gente boa! Tudo bem?
Lendo um post sobre a distro Linux favorita do Linux Torvalds no Facebook do ótimo site Diolinux (http://www.diolinux.com.br), me bateu uma total nostalgia e decidi fazer um post diferente aqui no Kernel Trends para compartilhar com todos minha história no Linux e mundo livre.
Então puxa a cadeira e se prepara que o assunto de hoje vai longe haha
BeOS: Como tudo começou
No Linux e na informática eu sou uma pessoa "old school". O mais legal é lembrar que minha história no Linux não começou diretamente com sistema, mas sim em um tal de BeOS. No final da minha adolescência, após aqueles cursinhos de Windows 95, Office e digitação tão comuns no Brasil na década de 90, algo me despertou a curiosidade se havia uma outra telinha diferente daquele tal de Windows. Foi aí que comecei estudar e entender o conceito de sistema operacional. Em uma revista que comprei havia um CD com o BeOS, sistema muito parecido com Mac e com alguns conceitos de Windows. Após alguns meses brincando com esse SO desconhecido por muitos, eu decidi procurar outros sistemas operacionais. Foi aí que o pinguim entrou no circuito :-)
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Ambiente de trabalho do BeOS |
Primeiro contato com pinguim
Comecei a ter conhecimento sobre esse tal de Linux por volta de 2000 ao ler artigos em várias revistas e no caderno de informática de toda terça-feira do jornal Estado de Minas. Mas meu primeiro contato com Linux se deu de fato em 2001 com o Red Hat 7.2. Era da época em que íamos à banca de revista comprar aquelas edições que vinham acompanhando um CD de alguma distribuição Linux, jogos ou programas. Naquela época Linux era chamado de "coqueluche" aqui no Brasil por causa do "boom" que foi no meio dos profissionais e amantes de informática (nem se falava em TI).
A primeira distro Linux a gente nunca esquece!
Eu usava muito o
Gnome e um pouco de KDE. Era na época em que ambos eram visualmente
muito parecidos. O Gnome utilizava barra na parte inferior da tela com o
famoso pesinho de gnomo como botão para o menu do sistema. Tudo era novidade. Player de música era o XMMS, versão similar ao famoso Winamp para Windows. Navegador era Netscape. Por várias vezes destruí o sistema brincando de recompilar o kernel hahaha. Após um tempo no Red Hat, decidi provar outros sabores de Linux.
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Gnome era bem diferente do que é hoje ;-) |
Conhecendo outras distribuições
O Slackware foi meu segundo Linux e a
distro que mais me forçou aprender sobre o pinguim, pois era tudo na munheca! Você baixava o KDE, Kernel Linux e outros pacotes a cada lançamento e compilava
tudo no braço. Era ./configure pra lá, make pra cá, make install... Isso
quando não tinha que resolver as famigeradas dependências na mão. Eu gerava pacotes no formato do Slackware para necessidade de reinstalar no
futuro e alguns eu trocava por e-mail com amigos de fórum na sua época de
ouro da internet. Slackware era chamado por muitos de "caminhão desmontado" por vir totalmente desconfigurado, além de "distribuição de um homem só" devido ao fato de ser apenas uma pessoa responsável por cuidar de todo o sistema. É de se bater palmas pelo ótimo trabalho feito!
Passados alguns anos, comecei a provar várias outras distros como Kurumin (responsável pelo primeiro contato de muitos usuários com o Linux no Brasil), Conectiva, Suse e uma tentativa frustrada de instalar o Gentoo.
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Kurumin, uma das melhores distros brasileiras que existiu! |
Paixão pelo ecossistema Debian
Depois conheci o Debian 3.1 com seu APT-GET e foi amor incondicional. Comecei a usá-lo como SO padrão quando ainda era uma versão Testing. Após me viciar pelo Debian, eu não conseguia mais migrar para outra distro. Ficava no máximo um mês e voltava por causa da paixão ao ecossistema Debian. Inclusive cheguei a escrever artigos para a Debianzine e fóruns. Virei moderador do fórum de Linux do Clube do Hardware, sendo responsável pela restruturação do fórum Linux. Se alguém aí for dessa época, com certeza irá lembrar de um tal de Mr Burns, moderador zoeira e fã de Metal que, além de moderar o fórum, adorava ajudar os usuário inclusive pelo saudoso ICQ hehe
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Debian Sarge: quando me apaixonei pelo Debian
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Ubuntu, distro destruidora de lares :-P
Por diversas vezes tentei conhecer outas distros. Mas nem Fedora e nem openSuse me seguravam. Somente o Ubuntu, que estava começando a se popularizar, foi capaz de forçar meu divorcio do Debian. Era da época do seu tema marrom cocô hahaha. Você inclusive pedia no site oficial do Ubuntu os CDs oficiais e te entregavam gratuitamente em casa!!! Eu tinha coleção de todas as versões desde que o Ubuntu era apenas uma customização visual do Debian. Eu enchia uma caixinha de sapato com mais de 30 CDs originais e levava para o serviço e faculdade. Muitos amigos ganharam o CD, inclusive um professor de um amigo meu. Esse professor era o mito Uirá Ribeiro, autor de um livro ótimo sobre certificação Linux LPI. Ele ficou emocionado quando meu colega o entregou o CD original do Ubuntu que mandei e, como retribuição, Prof. Uirá autografou meu livro juntamente com uma bela dedicatória :-)
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Ubuntu e seu antigo tema marrom cocô haha :-) |
Me dediquei muito aos estudos do Linux por anos tirando, inclusive, a certificação LPIC-1. Não trabalhava diretamente com o sistema. Era "apenas" uma diversão em casa e na faculdade. Mas sempre que pintava uma oportunidade de projetar alguma ferramenta para me auxiliar e aos meus colegas de trabalho, eu bolava algo com Linux, Samba, LAMP, SQUID e várias outras ferramentas livres que eu havia estudo. Era muito divertido e podia colocar meus conhecimentos em prática.
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Certificação Linux LPIC-1 |
Meu mundo livre hoje
Hoje ainda continuo fiel ao Ubuntu desde que virou meu SO principal na versão 5.10. Ubuntu e softwares livres como GIMP, Audacity e Kdenlive são minhas ferramentas para gravar e editar meus vídeos que posto no meu canal do YouTube para covers nos teclados (minha outra paixão hehe). Para quem quiser conferir e bater cabeça com Heavy Metal \m/, acesse https://youtube.com/jeffersonhenriquex.
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Software Livre e música: unindo minhas 2 paixões! ;-) |
Atualmente confesso que não sou mais tão ativo no mundo livre como antes. Já fui tradutor bem ativo do Ubuntu Brasil e frequentava muito o fórum. Ajudei também a traduzir alguns manuais do LibreOffice para português brasileiro. Mas sabem como é a vida. Esta passa e o tempo fica mais escasso. Aos poucos estou voltando através do Kernel Trends e algumas publicações no Planeta Ubuntu Brasil. Espero poder um dia voltar a contribuir mais com o mundo livre.
Bom, após esse blá blá blá gigantesco, que tal você também compartilhar a sua história no Linux e software livre? Divida conosco a sua história nos comentários. Tenho certeza de que a poeira irá voar alto agora e muita história bacana será contada hehe
Grande abraço a todos!